terça-feira, 29 de março de 2011

Temporal

Se pudesses estar aqui, meu bem, enquanto minha caneta borra as gotas de chuva que já caem. Se pudesses estar aqui, meu bem, ver o tempo virar de repente, as nuvens passarem tão rápido. Se pudesses estar aqui, meu bem, acompanhar-me nesse caminho de rios. Se pudesses estar aqui, meu bem, verias lagrimas se confundirem na chuva; e saberias então, que estas são tuas. Lagrimas de ti, lagrimas pra ti, que eu esperava lhe fazerem voltar atrás.
Mas não são lagrimas minhas, nem finja se preocupar. Por mais que eu queira, parece impossível chorar. Imagino-me naquela praia, naquelas pedras, com aquelas luzes, aquele mar, aqueles bancos e aquelas estrelas. Chorar não seria o mais correto a se dizer, o que preciso mesmo é uma lagrima, apenas uma, escorrendo pelo meu rosto, desmanchando meu sorriso e destruindo a indestrutibilidade. Em qualquer lugar, a qualquer momento, eu imploro até mesmo às forças sobrenaturais que desacredito.
Deito a cabeça sobre o caderno escrito e eis que ela surge. Como sempre, leva meus pensamentos e destroça minhas palavras. São meras letras, afinal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário