quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Destino ou opção?

O que é a família afinal? São aqueles que o destino nos impõe? Ou aqueles com os quais escolhemos viver? Aqueles que moram sob o mesmo teto? Ou aqueles com os quais queremos estar sempre, mas nem sempre conseguimos?
Ok. É por essa eterna dúvida que escolhi ter três grandes famílias (todas bem diferentes entre si), e cada uma se divide em várias famílias menores. Amo-os igualmente, porém de formas diferentes.

Rio de Janeiro, RJ: Sei que sempre estiveram ao meu lado, mas as reuniões não são frequentes há muito tempo. A cidade grande sempre desune as pessoas, e conosco não foi diferente. Nunca ei de esquecer os poucos momentos que ainda restam em minhas lembranças. Nossos natais sempre nos reúnem, são indispensáveis. Sei que o pouco que restou foi por cuidados de uma pessoa em especial: Edgar José Adriano, aquele que nunca vou esquecer. Em seus quase 99 anos, lutou para dar o melhor a quem precisasse. Quatro filhos, sete netos e nove bisnetos. Devo muito a você. Te amo! E não é só isso. Marly Adriano Castelpoggi Penna e Sebastião Castelpoggi Penna: Não tenho palavras para descrevê-los. São tudo de bom que eu tenho, mesmo que a distância tente, ela nunca vai nos separar. Cada ida ao clube e à pracinha, me arrumar para a escola, tudo fica melhor ao lado de vocês.
Mas e o hoje? Não é perto deles que vivo, apesar de sempre os ter próximos a mim. Bem, nessa família, vou demorar demais se for falar de todos em detalhes, então, quem está faltando? Acho que não preciso comentar sobre meus pais e irmãos não é mesmo? São os únicos que tem a “obrigação” de estar do meu lado sempre, mas não é preciso nem pedir, porque sei que nunca me abandonam. Conversamos, rimos, discutimos e brigamos, mas nos amamos. É a única família (de sangue) que tenho próximos a mim no momento, estamos sozinhos nesse mundo, mas sempre temos uns aos outros.

Cuité/Telha/Damião - PB: Não tenho muito para falar, apenas para pensar. Sempre soube que existiam, mas imagino que conhecê-los aos dois anos não ajuda a tê-los em pensamentos. Para falar ou pensar neles, sempre me baseava na parte que estava na cidade grande, mas a realidade não é o que parece. Só pude conhecer a sua cultura há menos de dois meses atrás, portanto ainda reflito muito sobre o assunto. Nunca imaginei algo que chegasse perto do que realmente é. Todos tão receptivos, tão acolhedores, tão, tão, tão família. Nunca tinha lhes visto, mas o aperto no coração na hora de partir foi muito grande. Pude ver de perto onde e como meus avós e tios cresceram. Pra ser sincera, quase chorava ao ouvir as histórias, e estou realmente chorando ao escrever isso aqui. Ao sair de lá, vi o quanto eles batalharam e ainda batalham para ter o básico, e se contentam com o mesmo. Agora compare com a cidade grande. Todos sempre querem mais. Voltando ao assunto, me culpo muito por não saber tudo que meu avô passou antes de partir, me culpo por não ter talvez dado o valor que devia a suas histórias. Hoje, leio seus livros e imagino como deve ter sido sofrido. Ok, vou mudar de assunto, não está fácil pra eu escrever. Meus tios e primos: não têm melhor que eles. Cresci nos braços de meus tios e hoje vejo os filhos deles crescendo. Cada momento que passou; cada almoço de domingo; a bagunça e a conversa alta; o corre-corre das crianças, nada pode sumir. Novamente a distancia nos afasta, mas as férias e viagens estão aqui para que possamos nos unir cada vez mais. Amo-os muito.

Florianópolis - SC: Aqueles com os quais eu escolhi viver, aqueles com os quais divido meus melhores momentos, aqueles com os quais tenho as melhores conversas. Não tenho palavras para descrever vocês. Todos tão diferentes, mas ao mesmo tempo tão semelhantes. Preciso muito de todos, sem exceção.
Como viver sem a minha irmã?Sem ir à sua casa sempre? Sem falar a mesma coisa o dia todo? Sem viver em uma fantasia? Preciso muito de ti e sei que você sabe disso, mas não tem problema repetir. Sempre estarei do teu lado para o que precisares, sempre vou te aguentar quando ninguém mais conseguir, porque é em você que eu encontro segurança, você é meu abrigo.
Como permanecer sem uma “irritadinha” que tem ciúmes de tudo? Como tentar ficar brigada contigo? Não tem ninguém mais “stress” que você, e é isso que te faz única. Por mais que você não tenha muita certeza disso, eu te amo muito.
Como não escrever na capa do caderno? Como não rir? Como não dormir na escola? Como viver sem vocês? Eu não conseguiria nunca ficar distante de vocês. Meu dia fica melhor com vocês por perto, até a escola fica melhor se vocês estiverem lá. Amo muito essa chatinhas da minha vida.
Quem sou eu sem a felicidade de vocês? Quem sou eu sem o abraço de vocês? Quem sou eu sem vocês? Juro que não sou nada. Dane-se o que os outros falam. Vocês me fazem voltar um pouquinho no tempo, não é muito, mas é bom. Vocês me ajudam em coisas que ninguém mais consegue. Vocês são os melhores. Nunca vou esquecer nada que aconteceu nesse tempo; as histórias; as fotos; as conversas. Amo muito vocês, acho que ninguém consegue imaginar o quanto preciso de vocês junto a mim.

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